Olimpíadas 2016: Médicos Veterinários garantem a saúde e o bem-estar dos cavalos atletas
03/08/2016 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:48am
Por Roberta Machado
Dentre os atletas que vão competir nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 destaca-se um grupo de competidores de alto rendimento muito especiais: os mais de 300 cavalos que vão participar das provas de hipismo. Além dos integrantes das delegações participantes, que trabalham diretamente com os cavalos atletas, esses animais também vão receber o apoio de médicos veterinários brasileiros que concluem nesta quinta-feira (4) seu treinamento específico para os eventos esportivos.
A coordenação da equipe ficou a cargo da médica veterinária Juliana Freitas. Sob sua responsabilidade estão todos os eventos que envolverão cavalos, como o hipismo, o adestramento paralímpico e a etapa do hipismo no pentatlo moderno. Esta é a terceira vez que Juliana atua em Jogos Olímpicos. Em Pequim, em 2008, ela atendeu à equipe brasileira do Concurso Completo de Equitação, modalidade que reúne provas de adestramento, salto e cross-country. Em Londres, Juliana foi voluntária na equipe de serviços veterinários.
Foto: arquivo pessoal
Devido a restrições sanitárias que procuram garantir a saúde dos cavalos, os animais não podem sair da instalação destinada às atividades de hipismo. Por isso, a equipe brasileira teve que providenciar uma clínica veterinária no local, equipada com um centro cirúrgico e todo o material necessário para lidar com possíveis emergências. As instalações seguem as exigências da Federação Equestre Internacional (FEI) e estão prontas para atender aos comitês olímpicos dos países que vão participar dos Jogos.
“Tivemos de criar medidas preventivas e condições de alto rigor de biossegurança para garantir que esses animais possam vir ao Brasil competir e retornar aos seus países com segurança”, ressaltou a médica veterinária Juliana Freitas em entrevista à Revista CFMV nº 68. As baias do Complexo em Deodoro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, estão isoladas desde o ano passado.
Integração
Um total de 95 médicos veterinários estrangeiros de 24 países se registraram para atuar no Brasil durante o evento. Entre eles estão sete profissionais que fazem parte do time oficial dos Jogos Olímpicos e 10 voluntários. “Teremos um ambiente de competição, mas com muita integração”, ressalta Flávio De La Côrte, médico veterinário e professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Referência internacional em equinos, Flávio De La Côrte foi um dos poucos profissionais brasileiros selecionados pelo Comitê Organizador e aprovados pela FEI para atuar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. “É uma honra representar a nossa classe e, ao mesmo tempo, é um desafio atuar ao lado de profissionais de outros países”, avalia o médico veterinário.
Créditos: Alex Ferro / Rio 2016 / divulgação
De La Côrte vai atuar nas provas de cross-country (a segunda fase do Concurso Completo de Equitação), além de atender os animais atletas em caso de emergência durante a competição. “Vejo também o evento como uma chance de melhorar a imagem da Medicina Veterinária brasileira. Este evento trará novos horizontes na forma que exercemos a nossa profissão, abrirá portas para intercâmbios futuros, e oportunidades para jovens veterinários treinarem no exterior”, ressalta.
Primeira classe
Antes de partir para o Brasil, cada cavalo passou por um período de 14 dias sob supervisão veterinária e teve de obter um certificado emitido por um serviço veterinário oficial com informações sobre a sua saúde e o histórico de vacinas. Os animais já começaram a chegar no Brasil, em voos fretados.
Cada avião será equipado com até vinte estábulos aéreos capazes de abrigar duas montarias cada. Depois de aterrissar, os cavalos seguem com escolta policial numa rota de contenção biológica para o Complexo de Deodoro, na zona Oeste do Rio.
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